essa minha 3a. vez em Lisboa , conheci o Museu do Azulejo e me joguei novamente no Chiado, um dos meus pontos preferidos em Lisboa.
Como nunca viajo em excursão, não tinha o hábito de ter acompanhamento de guia, mas desde que fui à Grécia, revi esse meu conceito. Certamente se eu tivesse visto Atenas sem um olhar profissional arrematando os milhares de anos de história, teria sido muito menos lindo do que foi.
Eventualmente agora contrato apenas para algo pontual , geralmente uma manhã basta. Portanto, em janeiro passado , fizemos com ela a pé a Lisboa Antiga , começando pelo Chiado, descemos até a Praça do Comércio, seguimos ainda andando até o ponto do bonde 28 para subirmos para Alfama para na volta , para terminarmos de volta na mesma praça.
Foi muito enriquecedor aprofundar um pouco mais na história , ao passo que é sempre também muito bonito ouvi-la através de um morador local. Assim, se for usar esse serviço, faça logo na 1a. manhã, para já começar a viagem com outros olhos, desde o início. Porque se pegamos no final, quanta coisa já se perdeu em cada olhar, não é mesmo?
DICA DE PASSEIO EM LISBOA
Foi minha amiga Stella que me deu o contato da guia juntamente com a dica de visitar o Museu do Azulejo que eu ainda não conhecia. Atualmente escolho apenas “ alguns poucos “ locais históricos para visitar e curtí-los bem, em vez de ficar varrendo mil lugares de maneira cansativa e sem muito aproveitamento.
Outra novidade foi, pela 1a. vez , optar por não ter o café incluído , pois isso dá a possibilidade de tomar café cada dia em um lugar como esse na Avenida Liberdade.
Sendo assim, ainda outra vantagem: come-se mais frugalmente , uma coisinha qualquer, e isso dá a possibilidade de ter alguma fome mínima na hora do almoço, criando uma nova paradinha estratégica no meio do dia.
CONHECENDO O MUSEU DO AZULEJO
O ponto escolhido nessa viagem foi o MUSEU DO AZULEJO porque ando ligada nesse assunto e fiz até um CURSO , lembram? . Clique nos azuis sempre e volte ao post. É gostoso dar uma zapeada nos assuntos que estamos falando!
O museu é um dos mais importantes de Portugal por retratar essa expressão artística da cultura portuguesa , bem como por estar no antigo Convento da Madre de Deus , fundado em 1509 pela rainha D. Leonor. A mesma, após ficar viúva, optou por viver no convento até o fim dos seus dias.
Por essa importância “real” , ele passou por algumas ampliações e segue preservado e bastante visitado até os dias de hoje.
A HISTÓRIA DO AZULEJO PORTUGUÊS
A arte da azulejaria criou raízes na Península Ibérica por influência dos árabes, que para as terras conquistadas, trouxeram os mosaicos de padrão geométrico para ornamentar as paredes dos seus palácios . O estilo fascinou espanhóis e portugueses.
Os artesãos pegaram a técnica , simplificaram-na e adaptaram os padrões ao gosto ocidental. Passados cerca de setenta anos, em 1560, começam a surgir em Lisboa oficinas de olaria que produzem azulejos segundo a técnica de faiança da Itália.
A nova indústria do azulejo floresceu com as encomendas da nobreza e do clero. Grandes painéis foram fabricados sob medida para preencher as paredes de igrejas, conventos, palácios, solares e jardins. Esse painel tem 1498 azulejos e mede 5m x 4,65m .
No final do sec XVI e parte do sec XVII , Portugal ficou sob o dominio da Espanha, e como era gasto muito dinheiro em guerra, os azulejos tinham esse tom de amarelo, para substituir a cor do ouro que não estava abundante na época no país.
COM O OURO DO BRASIL
Após 1640 – sec XVII – Portugal reconquista sua autonomia e começa a chegar o ouro do Brasil em larga escala. Porém, o terremoto de 1755 arrasou Lisboa e começou-se a reconstrução da cidade. Nessa época , a produção e execução de azulejos aumentou em grande escala, com famílias inteiras envolvidas nesta arte e os azulejos se firmaram nos tons de azul e branco como vemos por todo Portugal.
Afinal, nessa época , era abundante o ouro que chegava do Brasil para enfeitar as igrejas e palácios.
E desde então eles usam a expressão : “ É ouro sobre azul “ quando algo está perfeito!
OUTRAS DICAS : LOJAS TRADICIONAIS NO CHIADO E NA AUGUSTA
A mesma Stella me deu umas dicas para que eu visitasse algumas lojas que são instituições na cidade.
Repassando aqui para vocês, pois acho poético ver Lisboa através desse viés.
CASA MACÁRIO – um paraíso para apreciadores de vinho do Porto – desde 1913 –
A CONSERVEIRA – desde 1930 vendendo uma das maiores tradições portuguesas. As conservas em lata. Repare nos rótulos antigos, que lindos!
“Nós conhecemos a conserva geralmente como sardinha ou como atum, mas tem muito mais não é? Tem mexilhões, tem carapau, tem polvo, tem lula…. Coisas de Portugal!
A VIDA PORTUGUESA – loja de souvenir só com produtos típicos de Portugal.
LIVRARIA BERTRAND – a mais antiga do país – desde 1773
LIVRARIA SÁ DA COSTA – é um sebo , portanto, foi lá que comprei meu Fernando Pessoa de 1955.
“ Tudo depende do que não existe. Nada me explica. Nada me pertence. “ ( F. Pessoa )
Entre poesia e azulejos, a vida segue …
ALFAMA – bairro mais antigo de Lisboa, mantém suas casas coloridas, roupas em varais nas sacadas , juntamente com um bonde passando , lojinhas de faiança e muitas tascas e fado.
Ao passo que eu adoro andar por a pé por lá sem compromisso…
… mas , você pode fazer tudo isso de tuk tuk com estampa de azulejo, é claro!
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