A 12a edição da SP-Arte encerrou no último domingo, dia 10, depois de 5 dias de intensa movimentação no Pavilhão da Bienal em São Paulo. O evento teve participação de mais 120 expositores nacionais e internacionais, distribuídos em setores curatoriais, como Solo (projetos individuais), e Open Plan (obras comissionadas de grande porte), além de novo setor de design e de projetos editoriais e de performance. O evento é um sucesso consagrado, já que a feira é a maior da América Latina. Com isso, a feira recebe patrocinadores de peso, interessados em lançar e mostrar seus produtos para esse público classe A. A champanhe PERRIER JOUET é uma patrocinadora oficial do evento, e no 1o dia serviu gratuitamente 800 garrafas aos convidados do evento. Na entrada , montou uma linda instalação de bolas e luzes, em alusão às suas bolhas.
E montou lounges com o desenho da garrafa plotado nas mesas.
O whisky DIMPLE 18 ANOS e a ABSOLUT ELYX também eram patrocinadoras, a VOLVO lançou seu novo carro, o Iguatemi fez esse lounge eco-friendly usando as mesmas 17 toneladas de pinus usadas no mesmo lounge desde 2013, porém com um novo projeto.
Fernanda Feitosa, idealizadora e diretora da feira anunciou que o volume total de vendas esteja estimado na ordem de 180 milhões de reais, o que representa queda de cerca de 28% de transações em relação a 2015, mas que é no entanto, um excelente montante em um contexto de crise política e retração econômica. Na opinião de um colecionador importante de BH ( A. S ) que vai todos os anos à SP-ARTE e a outras feiras no mundo, ele achou as galerias internacionais fracas, sem vontade de investir , e por isso, não trouxeram nada de muito relevante. Sobre a Arte Moderna Brasileira, sempre uma estrela da feira – ele achou que eram os mesmos quadros do ano passado .. e , pelo jeito, na opinião dele, as vendas teriam mesmo sido abaixo do ano anterior.
Várias performances como acima são feitas em locais e horários diferentes, dentro da programação. Tive a oportunidade de ver a gastroperformance de Simone Mattar no lounge da Air France indicada pela amiga Agnes que encontrei nos corredores da Bienal.
A performance foi apresentada pela 1a. vez na Embaixada Brasileira em Madri e foi sucesso de público e crítica. Inicia-se com as cabeças expostas sob uma mesa e elas são iluminadas á medida em que são projetadas imagens sobre elas . Essas cabeças falam, mexem os olhos, choram, sorriem … e ao final, os performers furam algumas cabeças com facas e o público come em um ritual antropofágico. Horrorizou?? rsrs .. Isso é arte, baby!
Esses corredores recebem essa movimentação toda. Arte, gente, surpresas, negócios …
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Tive a oportunidade de fazer uma pequena entrevista com o galerista MURILO CASTRO que faz a feira desde o inicio e faz também a ART RIO.
1) Como galerista, como você viu o cenário da feira nesse momento de crise que o Brasil se encontra? Há diferença em valor de vendas entre esse ano e o ano passado? E em relação a 2014, em que ainda não se falava em crise, e ainda era ano de boom de Copa do Mundo?
Esse ano, embora a crise esteja seja mais aguda que no ano passado, as vendas de modo geral estão muito superiores . É difícil fazer uma análise, mas além de uma demanda reprimida que aconteceu nesse período, Existe também a possibilidade de um resultado positivo para essa crise, diferente do ano passado, quando havia uma incerteza e uma imensa preocupação quanto ao futuro. As pessoas estavam realmente segurando recursos , pela incerteza do cenário. Em relação a 2014, as vendas estão em valores aproximados, mesmo em cenários totalmente diferentes. Por que? A arte tem uma força muito grande, uma capacidade de gerar entusiasmo nas pessoas , um potencial de investimento enorme e uma capacidade de fazer a pessoa se sentir mais “humana” convivendo com arte. Tudo isso trouxe uma motivação extra para esse ano de 2016.
2) Como você escolhe as obras de arte que você vai levar para a exposição? Tem alguma tônica especial ? Varia de ano a ano? De feira a feira? Como você escolhe o que você vai expor?
Eu procuro trabalhar com um time pequeno de artistas, mas artistas em quem eu acredito, tanto pelo que já foi construído, quanto pelo futuro certeiro de que irão construir uma carreira muito produtiva. Eu me baseio demais na crítica da vida profissional do artista, na opinião de criticos e de instituições importantes no mercado. Esse meu time sendo pequeno, eu me especializo na vida e na obra do artista , e posso ainda servir de referência para pessoas que busquem informações sobre esses artistas. Dentro desse time , eu faço uma seleção dentro do perfil da feira. Dessa vez eu trouxe uma pequena retrospectiva da obra do PIZA, trouxe obras tradicionais e outras mais antigas da Nazaré Pacheco, assim, faço a feira com 4 ou 5 artistas, e não de todos com os quais eu trabalho.
3) Que tipo de público você viu mais na feira esse ano? Existe alguma diferença com o público dos anos anteriores?
Creio que não. Eu diria que o público é o mesmo, mas há um grupo novo de colecionadores. Eu fiz boas vendas, e eu diria que a maior parte foi para esses novos colecionadores, novos tanto no processo de colecionar, quanto de idade ( entre 30 e 40 anos de idade ). Isso é muito bom! O colecionismo está aumentando no Brasil, a obra de arte está sendo entendida como uma convivência com a cultura brasileira e uma reserva patrimonial.
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