Visitar Cafayate foi uma das delícias dessa viagem pelo norte da Argentina. A estrada é cênica, os vinhedos são lindos e os hotéis mais ainda! As dicas dessa viagem linda estão no destaque SALTA do meu instagram @PATDIAS_PD
COMO DESCUBRO ESSES ROTEIROS?
Vocês me pergutaram isso TANTO , mas TANTO, que vou dividir tudo aqui com vocês. Essa não era uma viagem programada, mas decidimos comemorar nossas Bodas de Prata com festa e viagem em 40 dias. O plano anterior do marido era viajar no Orient Express, mas olhamos em Março, 6 meses antes, e já não havia mais vagas. Depois tentamos Capri, mas além de caríssimas, só conseguimos passagens para 5/9 e eu gostaria de estar fora na data certa : 3/9.
Perguntei para ele: quer fazer uma coisa mais simples e mais perto? Já que estamos olhando tudo de última hora? Ele achou ótima ideia, mas aí eu pensei: não quero ir só para Buenos Aires …
Resolvi então olhar algo diferente para nós e dessa forma já incrementei logo a nossa chegada ( 3 noites em PALERMO – BUENOS AIRES ) . Além disso, eu já sabia que tudo seria em slow-motion: nosso jeito de viajar é devagar mesmo..
Não só eu já tinha lido sobre Salta e Jujuy há uns 15, 20 anos na revista Viagem e Turismo , como também sempre fiquei com isso na cabeça. Pronto: chegou a hora. Sempre busco minhas primeiras informações no site VIAJE NA VIAGEM e dessa vez não foi diferente. Clique no azul e veja os meus bons motivos para querer ir.
O TRAJETO ATÉ CAFAYATE
De Buenos Aires a Salta são 2 horas e 15 de vôo, saindo do AEROPARQUE , esse aeroporto bem às margens do Rio da Prata. Fomos bem cedinho a fim de que pudéssemos aproveitar o dia lá . E esse nascer do sol deslumbrante do aeroporto?
Viajei de camiseta de alça e casaco, pois a variação é de 15 graus em um mesmo dia. Saí com frio de Buenos Aires, entretanto, na estrada já pegamos um calor infernal, mesmo ainda sendo inverno. Esse brinco de brilhantes brown joga super bem com esse colar em aço, tanto pela forma, quanto pela cor, vocês não acham?
A porta de entrada do norte da Argentina é SALTA , onde fica o aeroporto. Muita gente fica só lá e dessa forma faz os passeios bate-volta. Eu acho extremamente cansativo ( cada lugar fica a 2horas e 30 de lá ) e desperdício de experiências. Por tudo isso, fatiamos o norte da Argentina em 3 destinos e ficamos 2 noites em cada, suavizando esses mini-trajetos entre eles.
Importante levar mala enxuta, para que isso não seja um transtorno. Eu e marido arrumávamos tudo em 15 minutos, tomávamos café da manhã com calma e dessa forma saíamos sem atropelos.
Salta fica próxima à fronteira com Chile e Bolívia, por isso as paisagens são desérticas e bem parecidas. A proposta era certamente fazer uma viagem diferente, com belas estradas e um destino famoso de road-trip pela América do Sul. Uma Argentina com menos tangos e mais ritmos andinos. Uma viagem étnica e contemplativa, sem compras e agito. Aliás, esse era o propósito: apenas descanso, natureza, ótimos hotéis e restaurantes.
ROAD-TRIP: DE SALTA A CAFAYATE
Alugamos um carro em Salta e dessa forma partimos já do aeroporto para Cafayate, onde chegaríamos na hora do almoço. A RUTA 68 – também conhecida como Ruta Del Vino – é uma estrada cenográfica, dentre as mais belas da América do Sul.
A ruta é totalmente asfaltada, bem sinalizada e com pouco trânsito. Inicia urbana e segue cruzando vários pueblos, fazendas e estâncias. A partir da metade do trecho, a ruta fica ainda mais linda e muda do verde para o vermelho.
A paisagem da QUEBRADA DE LAS CONCHAS é deslumbrante, com um relevo esculpido pelas ações tectônicas e erosões durante 2 milhões de anos. Aliás, a estrada segue o leito do rio, que formou vales e desfiladeiros às margens da Cordilheira dos Andes. Afinal, o rio revela abertamente onde foi buscar a cor avermelhada que o tinge: os montes são vermelhos, laranja e amarelos; a vegetação é seca, acompanhando a tendência do solo, que se vai transformando em areia.
A CHEGADA EM CAFAYATE
Cafayate fica cerca de 1700 acima do mar e são os vinhedos mais altos do mundo. A cidade gira em torno do vinho e dessa forma nosso almoço já foi na Bodega EL ESTECO no restaurante do hotel PATIOS DE CAFAYATE . É uma bela construção cercada de vinhedos, bem no estilo das haciendas do sec XVIII . As casas são caiadas de branco e fazem-nos lembrar os filmes do Zorro, com varandas no primeiro andar e escadarias na entrada.
ONDE FICAR EM CAFAYATE
Eu sempre escolho meus hotéis com muito critério, aliás, dessa vez , com mais ainda. Quanto mais remoto é o lugar, certamente mais ainda você vai precisar de um bom hotel. Pesquisei essa viagem SALTA também nos outros 2 sites que confio pelo luxo e pelo capricho com que fazem suas escolhas : FLÁVIO GEO e TERESA PEREZ . Ambos indicavam o GRACE HOTEL e certamente então não tive dúvida.
O hotel fica a 10 minutos do centro, dentro de uma propriedade de vinhedos à beira da Cordilheira dos Andes. A foto abaixo mostra o corpo principal do hotel, onde fica spa e restaurante.
Cada chalé desse é um quarto super luxuoso e confortável.
Peça um quarto com vista para as montanhas. Você vai ter tudo isso só para você. Até mesmo no banheiro essa é a vista e abrindo a porta da varanda você já se depara com as uvas. No inverno, as parreiras ficam secas, mas é lindo de qualquer jeito.
O hotel fica dentro de uma reserva que faz parte de LOS MEDANOS , que são dunas de areia que aparecem de repente, como se estivéssemos perto da praia. Isso tem uma explicação: milênios e milênios atrás, toda essa região era oceano. Foram encontrados depósitos salinos e diversos fósseis de animais marinhos (por isso, o rio foi batizado de “Río de las Conchas”). Esses fósseis são alguns dos elementos geológicos que formam a área.
Jantamos essa 1a. noite no hotel. O restaurante é elegante e serve a culinária típica e os famosos vinhos da região.
Esse poncho eu usei 4 vezes nos 11 dias e isso é muito importante se pensar quando está montando uma mala para esse tipo de viagem, com 2 noites em cada hotel.
O QUE FAZER EM CAFAYATE
Como eu já disse antes, o assunto aqui é o vinho. O MUSEU DO VINHO no centro da cidade conta toda a trajetória da produção do vinho desde a videira. Fala do solo, do clima e da história antiga do vinho na região. É um museu muito bem montado e programa obrigatório na cidade.
O museu foi construído em harmonia com as construções, cores e estilo do local. São muitas as bodegas que produzem na região . As garrafas representam cada uma delas. No final da visita, vale a pena provar uma taça de torrontés com uma típica empanada.
O FAMOSO VINHO TORRONTÉS DE CAFAYATE
Os vinhos da região beneficiam da pouca umidade e do clima temperado e são conhecidos pela sua especificidade – sobretudo o famoso Torrontés, um branco frutado característico da Argentina e originário de Rioja, em Espanha, de onde entretanto desapareceu.
Aqui é cultivado entre os 1700 e 2400 metros de altitude, onde a exposição solar é maior e a temperatura mais baixa, enquanto as cepas francesas dos tintos ficam, geralmente, nos terrenos mais baixos. Para além do Torrontés produz-se Malbec, Cabernet-Sauvignon, Merlot e Tannat. Todos partilham os solos ligeiramente salinos, o sol quase infalível e o ar puro que faz de Cafayate um oásis em terra semidesértica.
Visitar as bodegas é o programa de Cafayate. Mas como já fiz várias viagens de vinho ( França, Chile, Grécia, Uruguai, Itália … ) não fizemos nenhum tour completo, pois sinceramente, o processo é sempre o mesmo. Em resumo, escolhíamos a bodega mais cênica, com o melhor restaurante, o melhor programa em si. Apenas uma por dia. Mais que isso, eu acho muita função. No máximo 2: uma de manhã, outra de tarde, para quem faz muita questão!
AS MELHORES BODEGAS DE CAFAYATE
No 1o. dia, visitamos EL ESTECO que mostrei acima, logo na chegada. No 2o. dia, visitamos PIATTELLI , mais uma deslumbrante bodega da região.
O prédio com arquitetura estilo colonial já encanta logo no início do passeio. Inaugurado há 3 anos, só a construção custou 15 milhões de dólares. Por isso, atualmente, a Piatelli é mais do que uma vinícola, é uma opção com várias atividades turísticas como andar de bicicleta pelo vinhedo, fazer uma aula de cozinha ou ainda ter um workshop sobre vinhos. A gente foi pelo almoço mesmo, para passar a tarde lentamente, visitar a loja de vinhos, tomar e comprar. Bom isso, viu? Rsrs
E que lugar para tomar um bom vinho!! Esse é visual: deserto aos pés dos Andes. A comida é pouco variada, pois eles não têm grandes variedades de ingredientes disponíveis. Empanadas, queijo de cabra, carnes ( os famosos cortes argentinos), batatas, milho, quinoa. O vinho é o branco Torrontés e os tintos Malbec ou Cabernet, ambos muito bons.
No final, serviram esse drink delicioso! Já estou doida para fazer!
O CENTRO DA CIDADE
Tudo gira em torno da pracinha na pequena Cafayate com seus 12 mil habitantes. Os bares, as cervejarias artesanais ( são muitas e lindas ), as peñas ( bares com música andina ao vivo ) e as sorveterias ( a mais famosa delas chama-se Heladeria Miranda ). Provei o sorvete de Malbec e não gostei … rsrs
Esse é o BAD BROTHER´S , um lindo bar de tapas, comidinhas e também ali você pode fazer seu vinho na hora. Legal, né? É lindo! Se você pensar que está no meio do nada , a 3 horas de uma cidade grande… fica ainda mais lindo!
No dia seguinte, voltamos para SALTA cruzando de novo a Quebrada de Las Conchas. Foram 2 dias incríveis nos vinhedos e a gente adorou!
Para a road trip: roupa confortável e casaco na mão! Lembra do calor e frio no mesmo dia, né?
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