A Semana de Arte Moderna de 22 em São Paulo foi o start de muitas mudanças. A caravana do modernismo em Ouro Preto em 1924, uma delas.
Nesta viagem, Mário de Andrade, líder da SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922, em São Paulo, conhece Ouro Preto. Então ele dirá que encontrou, “perdida entre as montanhas de Minas” e preservada, uma “cidade histórica, artística e cívica”. Não só em Ouro Preto, como também em outras cidades históricas mineiras, o movimento modernista identificará os elementos de uma “ autêntica arte brasileira”. Sobretudo enxergaram a desejada “autonomia cultural” nas Artes Plásticas, na arquitetura, no conjunto da “obra barroca mineira” que procuravam. Tudo isso constituindo um excepcional surto de criatividade de artistas, mestres e artesãos, libertando-a dos cânones estéticos importados da Europa.
Para mostrar as cidades históricas mineiras e seu esplendor artístico e cultural, Mário organiza em 1924 a famosa caravana de modernistas a Minas. O grupo assiste a Semana Santa de São João del-Rei, vai a Tiradentes e Ouro Preto. Integram a caravana Oswald de Andrade, Godofredo da Silva Telles, René Thiollier, Tarsila do Amaral, Olívia Guedes Penteado e o poeta suíço Blaise Cendrars. Eles então dirão que encontraram no século XVIII mineiro o “lastro cultural de uma identidade nacional”.
O MAIOR EXPOENTE DO MODERNISMO EM OURO PRETO
Em 1938, na criação do atual IPHAN , o governo Getúlio Vargas uniu-se ao governo de Minas na criação de hotéis para apoiar o desenvolvimento do turismo em Ouro Preto e em Diamantina, famosas desde o século XVIII, como principais centros urbanos criados pelo Ciclo do ouro e do diamante.
Uma comissão liderada pelo urbanista Lúcio Costa (mais tarde criador do Plano Piloto de Brasília, DF) encarregou o então jovem arquiteto Oscar Niemeyer da tarefa de projetá-los, com a missão de criar edifícios que, intencionalmente, se diferenciassem do casario colonial. Os modernistas asseguravam que seus projetos não eram suscetíveis de confundir-se com as edificações tradicionais da cidade de Ouro Preto. Não seriam uma “falsa arquitetura”, capaz de desvirtuar o verdadeiro contexto histórico com resultado duvidoso.
Niemeyer projetou o GRANDE HOTEL DE OURO PRETO com linhas arrojadas e retilíneas, com amplos vãos elevados sobre pilotis, cujos planos frontais totalmente envidraçados descortinam a paisagem histórica.
O moderno edifício foi implantado em área de 7 mil metros quadrados, no coração urbano de Ouro Preto, com jardins de Burle-Marx, o genial paisagista da Pampulha, em Belo Horizonte, e do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Com o Grande Hotel de Ouro Preto, o Brasil ganhou suas primeiras suítes com sobre-lojas, inaugurando esta grande novidade na hotelaria nacional.
As treliças brise-soleil protegem da insolação a fachada principal, dentro dos princípios de eficiência arquitetônica que eram a grande bandeira dos arquitetos modernistas.
Situado no melhor ponto da cidade e com vistas de tirar o fôlego, o hotel é das melhores opções na categoria intermediária na cidade, tanto pelo tamanho dos quartos , quanto pelo conforto das acomodações.
A PISCINA DO GRANDE HOTEL
Quando Niemeyer esteve visitando a cidade em 1995 ficou muito satisfeito com o empreendimento e fez então o projeto da picina.
Como o clima é TROPICAL DE ALTITUDE ÚMIDO, os dias são quentes e as noites são frias. Portanto, aproveitar a piscina é um privilégio raro na cidade. São poucos os hoteis que têm piscina e garagem, como esse.
A FAMOSA SUÍTE JK DO GRANDE HOTEL
Quando foi prefeito de Belo Horizonte, Minas Gerais (1940/45), Juscelino Kubistchek construiu a Pampulha, projetada por Niemeyer. Eleito governador de Minas (1951/54) e posteriormente Presidente da República (1956/60), construiu Brasília, a nova capital brasileira, projetada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Mineiro de Diamantina, sempre que vinha a Ouro Preto, passar fins-de-semana ou em cerimônias oficiais, hospedava-se, com a família, no Grande Hotel, ocupando a ampla Suíte Presidencial, especialmente reservada para hóspedes ilustres como governadores e presidentes.
Em sua homenagem, essa suíte foi denominada Suíte JK. Toda sua ambientação foi preservada como naquela época, sendo que a mobília atual é a mesma utilizada pelo ex-presidente e sua família
A histórica Suíte JK tem dois níveis e é integrada pela suíte principal, suíte de apoio, closet, saleta e ampla sala de estar, além da varanda panorâmica.
São 3 quartos que acomodam 5 pessoas nos 76 m2 da suíte, porém, apenas um banheiro.
O projeto do hotel de Ouro Preto era simples – quartos de diversos tipos, apartamentos, salas de estar, de leitura, de correspondência, restaurante, etc. Todos os quartos têm orientação para terem insolação uniforme e correta, sendo que a proteção é feita por cortinas de réguas que graduam a luz conforme a conveniência.
O mobiliário é discreto e autêntico da época, não só na suíte, como em todo o hotel.
O RESTAURANTE DO HOTEL
O restaurante do hotel tem a visão das lindas ladeiras de Ouro Preto e para oferecer uma das melhores panorâmicas da cidade.
Comida tradicional, gostosa e de ótimo preço.
Por tudo isso, eu amei a experiência de ter me hospedado lá e vivido um pouco de toda essa história. Recomendo no padrão 3 *
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